Era da informação, revolução tecnológica e as dores da alma
O título é um tanto estranho, o que uma coisa tem a ver com a outra? Informação, tecnologia e as dores da alma? Vamos por partes.
Um dia nossos antepassados descobriram que para sobreviver podiam plantar, além de caçar e pescar. Iniciou-se a era da agricultura. Depois de muito tempo plantando e colhendo, descobriram outra forma de sobrevivência. Iniciou-se a era industrial.
Mais recentemente o mundo passou a viver a era da informação, com avanços tecnológicos em diversas áreas, como na Computação e Telecomunicações. O mundo não é mais o mesmo. Computador, celular, internet revolucionaram a forma de viver e de pensar das pessoas e trouxeram novas possibilidades de relacionamento e interação entre os homens. A cada minuto um turbilhão de informações são lançadas na rede mundial de computadores, podemos dispor delas um segundo após terem sido lançadas; podemos ver e falar com uma pessoa que está do outro lado mundo. Pois bem, e o que isso tem a ver com “dores da alma”? No contexto de facilidades proporcionadas pela tecnologia e da rapidez de informações é preciso não descuidar do aperfeiçoamento interior, não esquecer que a busca pela essência humana, a nossa humanização, requer o querer ser melhor e olhar para o outro também pensando no melhor para ele. Para isso precisamos saber que a alma tem dores que precisam ser tratadas.
No momento tenho dois livros de cabeceira. A inspiração para escrever esta coluna veio deles. Quero dividi-los com outras pessoas, pois tratam do ser humano e a busca por sua essência. “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, nos apresenta personagens presos aos acontecimentos do dia a dia ao mesmo tempo que buscam a sua essência humana. “As Dores da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed, trata, em textos de linguagem clara e acessível, de questões e conflitos humanos, pesares e aflições da vida causados pela crueldade, orgulho, irresponsabilidade, crítica, ilusão, medo, preocupação, vício, solidão, culpa, mágoa, egoísmo, baixa estima, rigidez, ansiedade, perda, insegurança, repressão, depressão, dependência, inveja.
A revolução da informação e da tecnologia desencadeou no processo de sobrevivência, de evolução e de convivência dos seres humanos, uma profunda mudança. Em meio a tanto progresso e mudanças não podemos nos transformar em máquinas frias e nem esquecer que é preciso amar. “A capacidade de amar está presente na alma humana, mas para que floresça exige aprimoramento dos sentimentos” (Hammed). Há que se combater as dores da alma para iluminarmos a nós mesmos e irradiarmos ao outro a luz do amor. “É importante caminhar, passo após passo, acompanhando nosso próprio “compasso existencial” e percebendo a hora propícia de mudança. O dia de hoje nos fornecerá exatamente as oportunidades de que precisamos para compor com estrofes e versos harmônicos o “poema de nossa vida”...” (Hammed). Então, como diz Clarice Lispector, “Continuemos, pois.”
Maria Inez Flores Pedroso
Enviado por Maria Inez Flores Pedroso em 24/04/2011
Alterado em 24/04/2011